Agrupamento de Escolas de Sacavém
Escola Secundária de Sacavém
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CURSO de EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
EMPREGADO/A
COMERCIAL
DISCIPLINA: TÉCNICAS DE ATENDIMENTO
Docente: Leonor Alves
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
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Noção de Comunicação
A comunicação existe há centenas de milhares de
anos, quando já o Homo Sapiens comunicava,
exteriorizava as suas ideias necessidades e desejos a partir do próprio corpo.
Usava os sentidos sem se aperceber que os usava. Cada sentido desempenhava um
papel complementar, não sabia dissociá-los. As "linguagens" do corpo eram-lhe
subjectivas e pessoais. Comunicava sem ter consciência da Comunicação.
Os modos e os meios de comunicação foram evoluindo
com a história da evolução humana. Pouco a pouco, os sons que acompanham os
gestos articularam-se, formando palavras. Essa combinação vem dar origem à
linguagem verbal.
O Homem toma-se um comunicador. Comunicar já não é
uma função instintiva, como a de caçar ou de comer, mas uma função cultural.
E através do som que o Homem vai passar a
comunicar, a transmitir as suas sensações e emoções.
A palavra substitui o gesto.
O primeiro meio de comunicação foi o próprio homem.
O homem que gesticula e que fala transmitindo ao outro a sua mensagem, ou então
o homem mensageiro a quem se confia uma mensagem que a reproduz e que a altera,
o homem sentiu também necessidade de perpetuar as informações, o que originou o
aparecimento da escrita.
O que é a
Comunicação?
Comunicar
é transmitir algo, é partilhar uma informação (seja ela um sentimento, uma
ideia, uma sugestão. etc.), de forma que seja recebida e interpretada pelo
destinatário de modo semelhante àquele a que teve origem,
ou seja, a comunicação terá que se processar necessariamente nos dois sentidos.
Para comunicar são
necessários alguns elementos de base que lhe são característicos. Eles
constituem o processo de comunicação:
Vejamos, agora, mais pormenorizadamente, cada um dos
elementos constituintes do processo de comunicação:
Emissor é aquele que transmite ou emite a
mensagem através da selecção, coordenação e arranjo das palavras tendo em conta
determinadas regras e segundo um determinado código. O emissor tem por função
elaborar uma mensagem, utilizando os símbolos ao seu dispor seja eles palavras,
gestos, sons, cores, etc.
Receptor é aquele que recebe a mensagem, o destinatário,
aquele que a recebe e descodifica através da compreensão do código utilizado.
Mensagem é o conteúdo da comunicação é aquilo que
se transmite.
Código é um conjunto de regras partilhadas pelos
interlocutores que lhes permitem codificar descodificar a mensagem (ex. língua,
morse. etc.).
Canal: e o meio através do qual é veiculada a mensagem (ex. TV.
Rádio, papel. telefone. computador, ar. etc.).
Feedback: é a prova de eficácia da comunicação.
Consubstancia-se num conjunto de dados que nos informam sobre a recepção da
mensagem inicial.
Este feedback serve para o receptor pedir esclarecimentos sobre a
mensagem que recebeu e para o emissor
controlar o grau de receptibilidade da mensagem, se a sua transmissão foi eficaz
ou se é necessário corrigir alguma coisa.
A
linguagem e a comunicação
A linguagem e a comunicação estão intimamente
ligadas. A linguagem é designada, de uma forma geral, como sendo qualquer meio
que permite ao Homem comunicar.
Os tipos de
linguagem podem assumir as seguintes formas:
- Linguagem Verbal - acto de comunicação
pelo qual o Homem se exprime através de signos linguísticos: orais ou
escritos, podendo, assim, ser dividida em:
·
sonora
- língua falada;
·
visual
- língua escrita;
- Linguagem Não verbal - a comunicação não verbal abrange um vasto conjunto de expressões,
que podem ser agrupadas em:
·
visual
- fumo, gestos, expressões faciais, bandeiras, sinais luminosos, sinais
pictóricos, roupa, etc.;
Exemplos de pictogramas:
·
sonora
- sirenes, tambores, sinos, etc.;
As pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os
movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também
importantes: são os elementos não verbais da comunicação.
Os significados de determinados gestos e comportamentos
variam muito de uma cultura para outra e de época para época.
A comunicação verbal é plenamente voluntária; o
comportamento não-verbal pode ser uma reacção involuntária ou um acto
comunicativo propositado.
Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais
têm as funções específicas de regular e encadear as interacções sociais e de
expressar emoções e etitudes interpessoais.
a) expressão
facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua
expressão fisionómica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os
sentimentos, mas muitas pessoas tentam inibir a expressão emocional.
b) movimento
dos olhos: desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar
fixo pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contesto pode
significar ameaça, provocação.
Desviar os olhos quando o emissor fala é uma
atitude que tanto pode transmitir a ideia de submissão como a de desinteresse.
c) movimentos
da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.
d) postura
e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem fornecer pistas mais
seguras do que a expressão facial para se detectar determinados estados
emocionais. Por ex.: inferiores hierárquicos adoptam posturas atenciosas e mais
rígidas do que os seus superiores, que tendem a mostrar-se descontraídos.
e) comportamentos
não-verbais da voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz)
revela-se importante no processo de comunicação. Uma voz calma geralmente
transmite mensagens mais claras do que uma voz agitada.
f) a
aparência: a aparência de uma pessoa reflecte normalmente o tipo de imagem
que ela gostaria de passar. Através do vestuário, penteado, maquilhagem,
apetrechos pessoais, postura, gestos, modo de falar, etc, as pessoas criam uma
projecção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As relações
interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua
projecção particular e se os outraos respeitarem essa projecção.
- Linguagem Mista - conjugação de linguagem
verbal e não verbal de que são exemplo a televisão e o cinema.
Associada
à comunicação existem algumas leis como, por exemplo:
- Quanto mais
importante for o emissor, maior o
impacto da mensagem. Não é por acaso que em publicidade se recorre a
figuras públicas e com notoriedade para fazer passar uma mensagem. Acresce que
o carácter do emissor, o seu cuidado com o bem-estar dos outros, competência e
credibilidade, fazem passar de forma mais eficaz as suas mensagens.
- O emissor
deve estar de acordo com a mensagem,
isto é, uma mensagem publicitária sobre uma bebida energética deve ser emitida,
por exemplo, por um desportista.
- Quanto maior
o número de destinatários da
comunicação e, consequentemente, quanto mais
heterogéneos, mais difícil é
comunicar. Se numa escola se pretende produzir uma folha interna destinada
a professores e a funcionários, deve utilizar-se uma linguagem comum que todos
entendam.
- Quanto mais vezes uma mensagem é repetida, mais possibilidades tem de ser memorizada.
Esta regra também funciona com falsas mensagens
que, de tanto serem repetidas, podem parecer verdadeiras e transformarem-se em
boatos.
- Quanto mais
simples a mensagem, mais fácil será a sua compreensão.
- O conteúdo
de uma mensagem altera-se à medida que ela vai passando de emissor para emissor.
- Quando o emissor
ou a mensagem não agradam aos
receptores, eles podem " reagir rejeitando
a mensagem. O efeito obtido é
exactamente o contrário do pretendido.
- Se as mensagens
a transmitir não são muito importantes para o receptor, ele tende a fixar
as últimas mensagens; contudo, se os temas
lhe são familiares ou interessantes, o receptor tende a fixar a mensagem
emitida em primeiro lugar. Pode dizer-se que os temas importantes de uma
mensagem não devem figurar no meio da conversa.
- O receptor
tem, em média, uma capacidade de percepção
cinco vezes superior à do emissor.
Em exposições, onde se espera uma resposta, o
receptor; tem tempo para ouvir o emissor e preparar a sua resposta. Claro que a
exposição do emissor pode ser acompanhada de gráficos, quadros, fotografias;
etc., que não deixam o receptor preparar a sua resposta.
BARREIRAS
À COMUNICAÇÃO / PERDA DE INFORMAÇÃO
Em qualquer momento do processo de comunicação,
podem surgir interferências que provocam a deficiente compreensão ou recepção
da mensagem e a ineficácia de todo o processo de comunicação, estas
interferências designam-se por perda de carga da mensagem.
Podemos destacar elementos de perda de informação, em quatro grupos essenciais:
1. Quadro de Referências
2. Conteúdo da Mensagem
3. Canal
4. Código
1. Quadro de Referências
Cada indivíduo tem o seu próprio Quadro de Referências, formado pela sua
educação, os seus hábitos, a sua atitude, os seus sentimentos, as suas
opiniões, os seus valores, etc. Um conjunto de factores relativos tanto ao seu Background educacional como ao
seu actual estatuto sociocultural.
Em suma aquilo que o indivíduo é. Logo sempre que
emite uma mensagem, emite-a subordinada a esse mesmo Quadro de Referências.
Durante o processo de comunicação o emissor encontra-se emocionalmente
ligado á mensagem que comunga.
“Mas, isso é perfeitamente normal!" Dirão
vocês. Pois é, o problema é que cada pessoa tem um Quadro de Referências, diferente do seu semelhante. Logo, uma
mensagem que é extremamente óbvia para o emissor, pode ser um puzzle de 1500
peças para o receptor!
A única forma, de contornar este problema, é o esforço
conjunto do emissor e do receptor, no sentido de se sintonizarem no mesmo
comprimento de onda, o que consiste na manutenção de um sistema de troca de
informações por tempo suficiente, que permita a cada indivíduo se inteirar, de
forma rica e eficiente, do conteúdo das mensagens.
2. Perdas de carga da mensagem - Conteúdo da
Mensagem
Quanto mais extensa e complexa for a mensagem, mais
esta está sujeita a distorções. Quantas vezes, não vos aconteceu já, após
estarem amigos ou familiares a conversar durante horas a fio, não se lembrarem
de nada do que eles disseram?
Isto porquê? Muito possivelmente porque o Conteúdo da Mensagem, era demasiado
extenso ou hermético e o vosso mecanismo de autodefesa contra "dores de
cabeça" e "aborrecimentos”, vos defendeu e juntamente com um pouco de
imaginação fez-vos dispersar por outros caminhos mais interessantes.
É extremamente dificil, alguém reter por muito
tempo, uma mensagem muito extensa ou muito complexa. Normalmente quando o Conteúdo da Mensagem possui estas características,
acontece a distorção.
A mensagem
pode ser distorcida pelo emissor quando este:
- não estrutura bem a sua mensagem;
- não sabe o que deve comunicar;
- não conhece o público alvo;
- não cria motivação nos receptores;
- não constrói um clima favorável.
A mensagem
pode ser distorcida pelo receptor quando este:
- se dispersa:
- tem diferente maneira de pensar;
- tem opiniões diferentes, etc.
3. Perdas de carga da mensagem – Canal
O meio escolhido para veicular a mensagem, nem
sempre é o mais adequado, podendo constituir ele próprio, uma barreira à
comunicação.
Quando queremos acordar alguém, não escrevemos num
papel "ACORDA", e o
colocamos à frente dos olhos do dorminhoco, nem enviamos as "Boas
Festas" ao nosso melhor amigo num postal com a fotografia do seu pior
inimigo.
Temos de ter
a preocupação de escolher o Canal
correcto se queremos que a comunicação se processe com eficiência. Pode
acontecer até, que para tal seja necessário coordenar vários Canais.
4. Perdas de carga da mensagem – Código
O Código tem de ser partilhado por emissor e
receptor. Quando os dois interlocutores não partilham o mesmo código, têm de
improvisar um comum, por exemplo o gesto ou o desenho.
O emissor deve
Codificar a mensagem, com o mesmo Código que o receptor vai utilizar para
Descodificar. Nunca gastem o vosso latim a falar Português com um Inglês,
porque para ele isso é Chinês!
Existem, ainda, alguns
outros Obstáculos, são eles:
·
Audição
selectiva
Ouvimos aquilo que queremos ouvir, ou o que
consideramos prioritário num determinado momento ou situação, ou ainda, os
assuntos que melhor se identificam com os nossos valores princípios ou crenças.
Exemplo: numa reunião, temos a tendência para fixar as informações
que nos dizem respeito de forma directa, deixando as restantes.
·
Resistência
à mudança
Algumas informações têm o objectivo de influenciar
a nossa forma de estar, os comportamentos ou os hábitos de trabalho. Sempre que
isto ocorre, temos dificuldade em perceber a mensagem em toda a sua extensão.
Quando outro participante nos fornece elementos
interessantes, mas que põem em causa a posição que tomamos, ainda que
reconheçamos o interesse desses elementos, dificilmente aceitamos.
Temos medo que o nosso ser se transforme, ainda que
seja para melhor.
Exemplo: um grupo de
trabalho está habituado a esperar, por parte do chefe, ordens e orientações
precisas para o trabalho. Quando, porventura, orientados para terem maior
autonomia ou assumirem novas responsabilidades, tenderão a avançar pouco em
relação aos padrões antenores.
·
Credibilidade
do emissor
Todas as informações que se recebem são avaliadas
em função das características e do grau de confiança que o emissor nos merece.
Por sua vez, o emissor pode estar legitimado pelas
suas características pessoais, capacidade técnicas ou ainda pelo poder formal
que a organização lhe confiou.
Exemplo: perante um especialista de equipamentos, a
princípio, os seus interlocutores oferecem resistências quanto às orientações
técnicas que este transmita.
·
As
diferenças de estatuto
Estas situações ocorrem com frequência nas
empresas, por virtude do sentido das comunicações.
Exemplo: um empregado, ao ter de comunicar com o director
da sua área, dada a ausência do chefe directo, poderá fazê-lo com
constrangimentos ou tensão, o que dificultará a percepção da mensagem que lhe é
transmitida.
O processo
de comunicação numa organização como a empresa não se desenvolve sempre de
forma simples, podendo surgir algumas barreiras
à comunicação, como, por exemplo:
1 - As experiências
que o receptor viveu no passado fazem-no interpretar
mal as ocorrências actuais. Diz-se que o receptor "desconfia".
2 - A interpretação
de uma mensagem recebida depende da avaliação
que fazemos do emissor da mensagem,
isto é, da maior ou menor credibilidade
que ele nos oferece. Um comentário sobre a nossa pessoa tende a ser mais bem
aceite se for emitido pela nossa mãe ou por um amigo.
3 - Certas mensagens
são interpretadas à luz de pressões sociais e não são, por esse facto, bem
recebidas.
4 - O uso de vocabulário
demasiado técnico tende a excluir pessoas da conversa e o seu
emissor a ser considerado pretensioso.
5 - Há gestos,
posturas de corpo, expressões faciais que comunicam
estados de espírito. Uns e outros podem ajudar
ou dificultar a comunicação. Além disso, há sinais não verbais que não têm
o mesmo significado em todas as culturas.
6 - A globalização toma os contactos entre empresas
de diferentes países cada vez mais frequentes e os gestores devem compreender e
aceitar a diversidade cultural daí decorrente. Há palavras, comportamentos,
atitudes que podem ter significados bem diversos consoante o país.
7 - As emoções
que, no momento da comunicação, dominam o emissor (alegria, raiva, angústia,...) influenciam a sua forma de comunicar
e a forma como o receptor recebe a mensagem.
8 - Tudo o que interfere
na comunicação designa-se por ruído.
Pode ser a forma como o emissor se veste,
o facto de se comunicar no meio de muito
barulho, a forma como se usa um microfone que torna a voz estridente, etc.
9 - Excesso
de informação pelo facto de se falar muito depressa e se debitar; uma
grande quantidade de informação.
10 - Apesar dos novos meios de comunicação, a distância física impede que o emissor tenha um feedback imediato da sua mensagem e, se for caso disso,
de a corrigir.
11 - Há mensagens
que devem ser transmitidas num determinado
momento, caso contrário, perdem
a oportunidade. É o caso de chamadas
de atenção a alunos que se portam mal. Outras vezes, o momento em que somos
tentados a enviar uma mensagem não é, por sua vez, o mais oportuno, por
exemplo, porque o receptor está alterado e pouco receptivo. Terá assim de
aguardar um momento em que esteja mais calmo.
COMPORTAMENTOS COMUNICACIONAIS
· Assertivo
· Agressivo
· Passivo
· Manipulador
O QUE É A ASSERTIVIDADE?
o acto
de defender os direitos pessoais e exprimir pensamentos, sentimentos e
convicções de forma apropriada, directa e honesta, de modo a não violar os direitos
dos outros.
É, como tal,
um estilo de comunicação que nos permite ser mais construtivos na relação com
os outros. Não é uma característica inata ou um traço depersonalidade que
alguns de nós possuem e outros não. É uma aptidão que pode ser aprendida, isto
é, que cada um pode desenvolver mediante um treino sistemático e estruturado. A
maior parte das pessoas não é assertiva em todas as
situações.
Por exemplo, podemos comunicar assertivamente com um colega detrabalho e ter
bastante dificuldade em fazê-lo com familiares. Não será correcto dizer que uma
pessoa é simplesmente assertiva ou não assertiva, mas sim que há ou não
tendência para comunicar assertivamente em determinadas situações.
A
assertividade é uma escolha
A ideia
fundamental é a seguinte: a assertividade é uma escolha.
Essencialmente,
trata-se de alcançar uma maior liberdade de escolha, que nos permita ser ou não
assertivos, na medida em que o entendamos fazer, numa dada situação.
Provavelmente ninguém quererá ser muito assertivo quando um motoqueiro de
trança, braços tatuados e 1 metro e 95 nos passar à frente na fila para a
bilheteira do cinema. Todos aprendemos regras de sobrevivência, e neste caso
parece ser mais adaptativo esperar tranquilamente que chegue a nossa vez.
Razões
para utilizar a comunicação assertiva
Ser assertivo aumenta o respeito por nós
próprios, reduz a noção de insegurança
e
vulnerabilidade, aumenta a autoconfiança no relacionamento com os outros, diminuindo
a necessidade de aprovação para aquilo que fazemos. Fará com que os outros
aumentem o seu respeito e admiração por nós. Permitirá que, ao defendermos os
nossos direitos, consigamos que as nossas preferências sejam respeitadas e as
nossas necessidades satisfeitas. É um estilo de relacionamento interpessoal que
poderá ser extremamente recompensante, uma vez que proporciona maior
proximidade entre as pessoas e maior satisfação na comunicação das nossas
emoções. Ou, dito simplesmente, é possível que se goste mais de uma pessoa
quando ela age assertivamente.
Assertividade
não é um jogo de Poder
Agir assertivamente não tem como objectivo
levar os outros a fazer o que nós queremos. Não se trata de ganhar ou perder
mas sim de considerar os interesses de ambas as partes envolvidas num conflito
e de os negociar assertivamente para que, idealmente, ambas saiam satisfeitas.
Os
direitos assertivos
São um conjunto de direitos que permitem a cada
um de nós sermos nós próprios, agir e expressarmo-nos como nós próprios,
perante os outros, sem distinções de cor, sexo, idade ou estatuto social. É importante considerar que os direitos vêm
definidos em termos abstractos, e que deverão ser particularizados de acordo
com as nossas situações individuais.
Não é
obrigatório concordarmos com todos eles, a listagem constitui apenas um auxiliar
para cada um de nós construir o seu “guia de acção” na comunicação assertiva.
Mas ao fazê-lo teremos obrigatoriamente que aceitar que não são direitos
exclusivamente nossos mas sim aplicáveis a todas as pessoas com quem interagimos.
Não podemos
defender direitos sem aceitar a responsabilidade que lhes é inerente, a de
defender os nossos direitos considerando sempre os direitos dos outros.
Eles são:
¨ Eu tenho o direito de ser respeitado e tratado
de igual para igual, qualquer que seja o papel que desempenho ou o meu status
social.
¨ Eu tenho o direito de manter os meus próprios
valores, desde que eles respeitem os direitos dos outros
¨ Eu tenho o direito de expressar os meus
sentimentos e opiniões.
¨ Eu tenho o direito de expressar as minhas
necessidades e pedir o que quero.
¨ Eu tenho o direito de dizer NÃO e não me sentir
culpado por isso.
¨ Eu tenho o direito de pedir ajuda e de escolher
se quero prestar ajuda a alguém.
¨ Eu tenho o direito de me sentir bem comigo
próprio sem sentir necessidade de me justificar perante os outros.
¨ Eu tenho o direito de mudar de opinião.
¨ Eu tenho o direito de pensar antes de agir ou
tomar uma decisão.
¨ Eu tenho o direito de dizer “Eu não estou a
perceber” e pedir que me esclareçam ou ajudem.
¨ Eu tenho o direito de cometer erros sem me
sentir culpado.
¨ Eu tenho o direito de fixar os meus próprios
objectivos de vida e lutar para que
as minhas
expectativas sejam realizadas, desde que respeite os direitos dos outros.
Conclusão:
Assertividade
é um processo de auto-afirmação que se vai
aprendendo e mantendo progressivamente com os outros, no nosso relacionamento
diário.
Possibilita-nos:
·
0 relacionamento
positivo
·
Expressar
desejos íntimos, intenções e preocupações
·
Percepcionar
melhor o real
·
Simplificar
relações
·
Sermos nós
próprios (sem inibições nem timidez)
Ser
assertivo é:
·
Ser capaz de
exprimir a sua personalidade sem suscitar hostilidade
·
Saber dizer
não sem se sentir culpado
·
Saber tomar
decisões difíceis e impopulares
·
Saber
desenvolver comunicações honestas e abertas
·
Privilegiar a responsabilidade individual
·
Ser capaz de
gerir o seu destino
Etapas a
ultrapassar para atingir o comportamento assertivo:
·
Afirmar os
seus direitos respeitando os dos outros
·
Adoptar
objectivos assertivos: gerir a sua própria vida
·
Saber
criticar, saber utilizar e aceitar as críticas
·
Enfrentar as
agressões morais e psicológicas injustificadas
·
Negociar compromissos realistas
Método
prático para aumentar a assertividade:
·
Fixar objectivos
·
Aceitar e
descobrir o meio = negociar
·
Construir um plano
Formas
de comunicação não assertiva
Por oposição
à definição que demos de assertividade, o que está em causa na comunicação não
assertiva é um desrespeito pelos direitos dos outros ou pelos nossos próprios
direitos. No primeiro caso chamamos-lhe agressividade
e no segundo passividade.
Procuremos
defini-los de forma clara:
PASSIVIDADE:
é o acto de
violar os próprios direitos ao não expressar honestamentesentimentos,
pensamentos e convicções, dando como tal permissão aos outros para que também
eles violem os nossos direitos;
AGRESSIVIDADE:
é a
expressão de sentimentos, pensamentos e convicções de um modo que violaos
direitos dos outros, (com recurso a formas inadequadas de expressão, como a zanga,
o tom de voz elevado, a ironia...). Poderemos dizer que é uma defesa unilateral
de direitos: defendemos os nossos mas não queremos saber os dos outros.
MANIPULAÇÃO:
Consiste em
dar a entender que satisfazemos os direitos e necessidades dos outros, mas
apenas o fazemos para satisfação dos nossos. Aqui, como na agressividade,
estamos a desconsiderar os direitos dos outros, mas fazêmo-lo de forma
discreta, implícita, de modo a não provocar qualquer desconfiança.
Não é
correcto dizer que uma pessoa é passiva ou agressiva mas sim que age tendencialmente
de uma dessas formas em determinadas situações. Acrescente- se: pode-nos ser
muito útil agir de modo passivo, agressivo ou manipulativo -neste curso não
pretendemos de modo nenhum traçar um código de conduta moral. O nosso objectivo
é simplesmente aumentar a liberdade de escolha de cada um, proporcionando as
aptidões necessárias à escolha assertiva, que é, afinal, a menos praticada.
Por que
razão agimos passivamente?
É simples:
agimos passivamente porque não agimos de forma assertiva!
E se não o
fazemos provavelmente ou não
sabemos agir de forma assertiva
(nunca o
aprendemos), ou acreditamos
que não o devemos fazer nunca (é má educação ou vamos
magoar os outros), ou temos receio de o fazer (sentimo-nos ansiosos
quando assim agimos e, como é natural nessas
circunstâncias, porque é desagradável, preferimos não o fazer).
É possível
confundir comunicação assertiva com agressiva e passiva com boa educação, ou
seja, considerarmos que a forma correcta de interagir com os outros é afinal
aquilo que temos vindo a designar passividade, e que tudo o resto, incluindo
aquilo a que temos vindo a chamar assertividade, é ser mal-educado ou ofensivo. São os resultados da nossa “educação”, da
aprendizagem social que de um modo geral, desde os nossos tempos de criança,
valoriza as nossas respostas passivas (i.e. bem comportadas).
Chegados à idade adulta interiorizámos uma série de regras que nos levam a agir
passivamente mesmo que não estejamos interessados em fazê-lo (não se deve discordar dos nossos superiores, ou não
se deve recusar uma bebida que um amigo nos oferece e por aí fora).
Acontece
também desconhecermos ou
não acreditarmos nos nossos direitos.
E até achar que a
passividade é uma forma de bondade,
uma maneira de prestarmos ajuda aos outros.
Ou sentir ansiedade porque nos pomos a antecipar o que de terrível
vai acontecer, ou o que vão os outros ficar a pensar de nós, por agirmos de um
modo assertivo. Eles
vão ficar magoados, vão zangar-se, e achar que eu sou um charlatão, egoísta e
malcriado, e vão deixar de me falar e até deixar de gostar de mim. Se recusar
aquele favor irão rapidamente pensar que não o consigo fazer.
Vou
ter chatisses com a equipa de trabalho. Posso até ser despedido. É natural que, se pensarmos assim, nos
venhamos a sentir ansiosos quando procuramos ser assertivos e como tal não o
façamos tanto quanto gostaríamos.
Implicações
a Longo-Prazo
A longo
prazo, as pessoas que agem frequentemente de forma passiva sentem o seu amor-próprio correr riscos de desaparecer, enquanto lá no fundo se vai formando um
incontível sentimento de revolta. É uma tensão reprimida que pode originar mal-estar, alterações
físicas como dores de cabeça ou
perda de apetite, e até estados depressivos mais graves.
Resumo:
Quando
agimos de modo passivo estamos essencialmente a procurar agradar aos outros e a
fugir a todo o custo de conflitos. E mesmo quando isto tem como consequência a
violação da nossa integridade e o desrespeito pelos nossos direitos pessoais,
tem muitas vezes um efeito imediato gratificante (não nos envolvemos numa
discussão, não nos sentimos ansiosos), numa cultura que premeia a conduta
passiva. Não há razão, pois, para nos sentirmos uns inúteis por agir
passivamente. Está simplesmente na altura de ensaiar outras formas de
agir, a
princípio sem dúvida mais trabalhosas, mas possivelmente muito mais gratificantes
no futuro.
Por que
razão agimos agressivamente?
A resposta
não difere muito da anterior. Também aqui se trata de não agir de
forma
assertiva, pelas razões apontadas atrás: não
saber, não acreditar ou ficar
ansioso.
Uma das
causas mais frequentes da agressividade é achamo-nos fracos e vulneráveis, à mercê dos outros. Nas interacções sociais
teremos tendência a ver ameaças por todo o lado e responder agressivamente, à
defesa. Se acreditarmos que o mundo é um lugar perigoso, e que os outros, até
ver, são hostis, é natural que o nosso comportamento seja agressivo, e é até
natural que achemos que quem não age assim não se safa.
Ou simplesmente emitimos uma resposta exagerada face a uma situação como
consequência de experiências emocionais intensas vividas no passado, e que de
algum modo recordamos através da situação presente.
Referimos há
pouco que vivemos numa sociedade que premeia a conduta passiva. Resta
acrescentar que o faz na justa medida em que isso interage com a agressividade,
como as duas faces da mesma moeda.
As
consequências imediatas do nosso comportamento agressivo são positivas, uma vez
que, naquele momento, é possível que consigamos obter o que queremos,
principalmente se o outro responde em conformidade com a nossa agressividade,
isto é, de forma passiva. Ou então é ver quem grita mais alto. É possível
também que nos sintamos emocionalmente aliviados, e satisfeitos por termos
vincado tão bem a nossa vontade. Mas a médio prazo as consequências negativas
parecem inevitáveis. Torna-se desgastante carregar uma visão do mundo em que é
necessário estar sempre alerta contra as intenções dos outros (salvo situações
muito pontuais, é óbvio que não é preciso estar sempre alerta).
Por que
razão agimos manipulativamente?
As pessoas
agem de forma manipulativa para o obrigarem a ser não-assertivo, a fazer o que
eles querem, contra os seus próprios desejos.
É um tipo de
comportamento muito difícil de distinguir, e as pessoas que o utilizam esperam
apanha-lo na ratoeira, sem você se dar conta, ao elicitar em si sentimentos de
compaixão, em especial culpa ou pena. Não utilizam estratégias directas ou não
têm coragem para serem honestos e evitam fazer pedidos assertivos para não
terem que enfrentar a rejeição ou o conflito.
É a forma de
os manipuladores se sentirem no controlo da situação: eles conduzem o carro, e
você é apenas um passageiro.
O que é
o comportamento manipulativo?
O
comportamento manipulativo é o comportamento não assertivo, indirecto. As pessoas
aqui não especificam o que querem ou o que estão a querer dizer. Em vez disso
utilizam métodos indirectos de forma a que você:
a. Adivinhe
o que eles querem dizer ou
b. Se sinta
tão mal ou responsável por eles que você concordará em fazer o que
eles querem,
mesmo contra vontade.
Por outras
palavras, a não assertividade desses sujeitos irá provocar não assertividade da
sua parte, se se deixar ir na onda que eles querem.
O
comportamento manipulativo é passivo, porque a pessoa não diz directamente o
que quer e agressivo porque não respeita os direitos dos outros. Tem como raízes
a baixa auto-estima: as pessoas agem indirectamente porque não têm coragem de
ser directas. Muitas vezes acham-se muito espertas porque conseguem quase tudo
o que querem através de truques e chantagens.
Exemplos
de comportamento manipulativo:
· Se fosses mesmo um bom mentor, tu... (chantagem
emocional)
· Se fizeres isso, então eu não sei o que farei. (Outra
chantagem emocional)
· Se eu fosse a ti,... (decidir no seu lugar)
· Eu penso que devias (está a dizer-lhe o que
você devia fazer)
· Não te preocupes com isso. Eu faço isso por ti
(paternalização)
· Se me fizeres isto, ficar-te-hei eternamente
grato. (Oferece recompensas: aprovação ou bens materiais)
· Não sei bem, pode vir a ser difícil para mim
fazer isso. (Está a dar pistas e a evitar o assunto).
· Fingir-se cansado, para que você tenha de tomar
uma decisão por ele.
· Tu pareces estar um bocado “à nora” com essa
papelada toda (exploração das suas vulnerabilidades)
· Ser simpático em demasia
· Isto interessa-lhe ou Isto é uma grande
oportunidade para si (fazer de conta que estão a pensar nos seus interesses
quando no fundo pensam nos deles)
· Não me importo. (estão a força-lo passivamente
em fazer as coisas por eles, julgando-o depois se as coisas não correrem como
se queria)
· Não posso porque neste momento a minha família
está toda doente.(dar desculpas de forma a que você se sinta compadecido deles)
· Silêncio (usado passivamente de forma a que
você adivinhe o que eles querem, ou agressivamente, de forma a que você sinta
que os está a cansar).
· Talvez seja assim (dito num tom de voz que você
vê logo que o que eles querem é dizer “Não”).
· Todos os outros pensam que esta é uma boa ideia
(estão a pressiona-lo fazendo-o sentir-se isolado).
· Se os outros conseguem isso, porque é que tu
não consegues? (Estão a compara-lo desfavoravelmente)
· Dizer às outras pessoas o que se gostava que
você fizesse, esperando que a mensagem lhe chegue aos ouvidos.
· Lamuriar-se.
Quais
são as consequências de agir manipulativamente?
De início, o
comportamento manipulativo pode vencer, mas com o passar do tempo, as pessoas
começam a sentir-se desconfortáveis face ao sujeito manipulador (mesmo que não
saibam muito bem porque se sentem assim), ressentidas, aborrecidas, irritadas,
zangadas e com vontade de evitar o sujeito manipulador.
Rapidamente
se perderá a confiança nas pessoas que manipulam.
Quem
manipula sabe bem que só o consegue fazer por curtos períodos de tempo: Até à
próxima vítima! Sentem-se cada vez mais inseguros; imaginam constantemente
novos esquemas de acção manipulativa, que virão sempre a ter o mesmo resultado:
Os outros afastam-se!
O que
fazer perante este tipo de comportamento?
Recorde os
seus direitos. Recorde as suas aptidões assertivas de comunicação.
Não se deixe
cair na ratoeira. Seja directo e
obrigue-os a seres directos também!
1.
Reconheça que essa pessoa está a tentar manipular.
2.
Revele o que está a sentir:
Ex:
Sinto-me confuso com o que estás a dizer.
3. Seja
claro e específico: diga porquê
Ex:
... Porque não estou a perceber bem o que queres.
...
porque ainda não respondeste à minha pergunta.
4.
Pergunte Assertivamente: Peça mais informações.
Ex:
“Estás a dizer que sim ou que não?” (para alguém que lhe diga “Não
me
importo”)
“Tens
algum problema quanto a isto?”
5.
Disco-riscado: Insista nas questões assertivas se não obtiver uma
resposta.
Ex:
“Gostaria muito de saber o que é que queres, de facto”
6. Peça
uma mudança de comportamento, de forma a que sejam directos
consigo,
de futuro.
Ex:
“se surgirem outra vez problemas deste género, por favor diz-me logo,
em
vez de os guardares para ti. É melhor para ambos, se soubermos.”
A IMPORTÂNCIA DO “NÃO”
Existem pessoas que são assertivas, directas e
conseguem impor-se de uma forma muito natural. Colocam os seus limites e dizem
não ao que não querem ou não lhes agrada com uma facilidade incrível.
Existem outros tipos de pessoas que sempre se
perguntam: Porque é tão difícil dizer Não? Porque é que eu nunca consigo
dizer o que realmente quero? Se você é esta pessoa, então este artigo é para
si.
Imagine uma rapariga que trabalha num escritório e
sempre faz tudo o que lhe mandam, sem nunca dizer não a ninguém. Numa
sexta-feira ás 17h30, o seu chefe pede-lhe que faça o favor de digitar cinco
cartas para ele. Ela olha para o relógio e sabe que se as fizer, só sairá de lá
muito mais tarde do que o seu horário normal, mas mesmo assim fá-las, afinal
ela pensa que não deve negar nada ao seu chefe, pois chefe é chefe. Chegando
cansada a casa, ela arranja-se para se ir deitar e descansar a cabeça, quando
uma amiga liga, convidando-a para ir ao cinema. Mesmo cansada, já
deitada, ela não pode negar um pedido da amiga e vai. Depois de algum tempo
sente-se mal-humorada, o filme parece não ter a menor graça e não tem o menor
prazer conversar com a amiga. Volta para casa, mal por não ter sido uma boa
companhia, chateada com a amiga que não percebeu o seu cansaço e muito brava
consigo mesma por não se ter respeitado e ficado em casa como ela queria.
Quantas vezes no dia-a-dia, esta mesma coisa lhe acontecem? Dizer não, nunca é
fácil. É preciso entender o porquê desta dificuldade. Um certo grau de
insegurança e baixa auto-estima são factores que podem impedir a pessoa de
conseguir dizer o que realmente quer. Fica difícil para alguém que não acredita
em si mesmo, nas próprias ideias, na própria capacidade dizer um não a alguém,
pois o outro sempre parece ser mais importante ou pensar de maneira mais
correcta que você.
Mas, o maior impedimento parece ser o seguinte: “se
eu disser um não para esta pessoa ela pode deixar de gostar de mim”. O medo da
rejeição, do deixar de ser amado faz com que você não consiga negar nada a
ninguém. Assim acaba por fazer coisas que não estava disposto, ultrapassa os
seus limites e depois sente-se culpado. Se você consegue impor os seus limites,
e fazer aos outros apenas aquilo que você realmente está disposto, ou que
pode fazer sem se prejudicar, dizendo “não posso”, “não quero”, para as coisas
que ultrapassam os seus limites você está a ajudar também a outra pessoa (além
de se ajudar), pois ela saberá até onde pode ir consigo. E ela não vai deixar
de gostar de si por isso, pelo contrário
irá respeitá-lo mais. Você passará a ser mais coerente com o seu coração.
M. de
Fátima Hiss Olivares
Psicóloga
Psicóloga
AUTO-ESTIMA
"O
que mais importa é como você se vê a si próprio"
(isto é, o mais importante é a sua Auto-Estima)
(isto é, o mais importante é a sua Auto-Estima)
Introdução
Auto-estima
é a vivência de sermos apropriados à vida, de sentirmos a vida, estando de bem
com ela. Mais especificamente, auto-estima é (i) a confiança na nossa capacidade
para pensar e enfrentar os desafios da vida e (ii) a confiança no nosso direito
à felicidade, a sensação de sermos merecedores, dignos, qualificados para
expressar as nossas necessidades e os nossos desejos e de desfrutar os
resultados dos nossos esforços.
A
auto-estima tem dois aspectos inter-relacionados: (i) a noção da eficiência
pessoal (auto-eficiência) (ii) e noção do valor pessoal (auto-respeito). Na qualidade de uma
vivência psicológica plenamente realizada, a auto-estima é a soma integrada
destes dois aspectos.
Auto-eficiência
significa confiança no funcionamento da nossa mente, na nossa capacidade de
pensar, nos processos por meio dos quais reflectimos, escolhemos e decidimos. É a confiança na nossa
capacidade de entender os factos da realidade que estão dentro da nossa esfera
de interesses e necessidades. É uma auto-confiança cognitiva.
Auto-respeito
significa ter certeza dos nossos valores; uma atitude afirmativa diante de nosso
direito de viver e de ser feliz; a sensação de conforto ao reafirmar de maneira
apropriada os nossos pensamentos, as nossas vontades, as nossas necessidades; o
sentimento de que a alegria é o nosso direito natural por termos sido criados e
existirmos no mundo.
Se um indivíduo se sente
inadequado para enfrentar os desafios da vida, se não tem uma auto-confiança
básica, confiança nas suas próprias ideias, reconheceremos nele uma auto-estima
deficiente, sejam quais forem as suas outras qualidades. Ou, então, se falta ao
indivíduo um senso básico de respeito por si mesmo, se ele se desvaloriza e não
se sente merecedor de amor e de respeito por parte dos outros, se acha que não
tem direito à felicidade, se tem medo de expor as suas ideias, vontades e
necessidades, novamente reconheceremos uma auto-estima deficiente, não importa
que outros atributos positivos ele venha a exibir. Auto-eficiência e auto-respeito são os dois pilares da auto-estima
saudável; se um deles estiver ausente, a auto-estima está comprometida.
Ambos são características definidoras do termo por serem fundamentais. Não
representam significados derivados ou secundários da auto-estima, mas a sua
essência.
Muitas vezes a auto-estima
é confundida com egoísmo. As pessoas dizem que se alguém se amar, se quiser o
melhor para si, ser for auto-suficiente, isso é uma atitude de egoísmo.
Analisemos, no entanto, o
que é egoísmo. Egoísmo significa literalmente culto ao ego. Ora, ter uma
atitude de auto-amor, de auto respeito, querer aquilo que é bom para si mesmo,
jamais será uma atitude de egoísmo, pois este sentimento pressupõe uma falsa
auto-estima, porque a pessoa que assim age tem uma atitude de querer o melhor,
e quase sempre no sentido material, somente para si, em detrimento dos outros.
A atitude dela é egoísta e egocêntrica. Quem possui uma auto-estima elevada,
tem como consequência uma alo-estima (amor, estima aos outros) também elevada.
Ela quer o melhor para si, mas não em detrimento dos outros, mas que os outros
também tenham o melhor.
Outras vezes a auto-estima
é confundida com o amor-próprio, que em português é sinónimo de orgulho,
vaidade, presunção, sentimentos que produzem uma sensação desconfortável.
Auto-estima é a mesma coisa que auto-amor, estima, amor por si mesmo. A prática
da auto-estima produz um sentimento de satisfação, de realização, de prazer
interior.
A
importância da auto-estima
A auto-estima é uma
poderosa necessidade humana, que contribui de maneira essencial para o processo
da vida, sendo indispensável para um desenvolvimento normal e saudável. Tem
valor de sobrevivência.
Na ausência de uma
auto-estima positiva, o nosso crescimento psicológico fica comprometido. A auto-estima positiva funciona como se, na
realidade, fosse o sistema imunológico da consciência. Fornece resistência,
força e capacidade de regeneração. Quando é baixa a auto-estima, a nossa
resistência diante da vida e das suas adversidades diminui. Ficamos aos pedaços
diante de vicissitudes que uma percepção mais forte de si mesmo poderia
superar. Nesse caso, tendemos a ser mais influenciados pelo desejo de
evitar a dor do que de vivenciar o prazer. Factores negativos têm sobre nós
mais poder do que os positivos.
A auto-estima fortalece, dá
energia e motivação. Ela nos inspira a obter resultados e nos permite sentir
prazer e satisfação diante das nossas realizações.
A auto-estima proclama-se
como uma necessidade porque a sua ausência (relativa) compromete a nossa
capacidade de funcionar. É por esse motivo que dizemos que ela tem valor de
sobrevivência. E hoje mais do que nunca. Atingimos um ponto na história em que
a auto-estima, que sempre se mostrou como uma necessidade psicológica de suma
importância, também se tornou uma necessidade económica da maior relevância,
atributo imperativo para a adaptação a um mundo cada vez mais complexo,
desafiador e competitivo.
Uma
auto-estima elevada busca o estímulo de metas desafiadoras. Atingir objectivos
exigentes alimenta uma boa auto-estima. A baixa auto-estima busca segurança do
que é conhecido e não exigente. Ao se confinar no que conhece e não a exige, a pessoa
debilita a sua auto-estima.
Quanto
maior a nossa auto-estima, mais desejosos de crescimento tendemos a ser, não
necessariamente no sentido profissional ou financeiro, mas dentro daquilo que
esperamos viver durante a nossa existência nos âmbitos emocional, criativo e
espiritual. Quanto mais baixa nossa auto-estima, menos aspiramos fazer e é provável
que menos realizemos. Ambos os caminhos tendem a ser auto-reforçadores e
autoperpetuadores.
Assim como um sistema
imunológico saudável não é garantia de que a pessoa nunca ficará doente, mas
torna-a menos vulnerável a doenças e mais bem preparada para combatê-las, a auto-estima saudável também não é garantia
de que a pessoa nunca sentirá ansiedade e depressão diante das dificuldades da
vida, mas torna-a menos susceptível e mais bem equipada para suportá-las, dar a
volta por cima e superá-las. As pessoas com auto-estima elevada
certamente podem ser derrubadas por um excesso de problemas, mas são rápidas em
recuperar-se.
Com uma auto-estima elevada
é mais provável que consigamos persistir diante das dificuldades. Com uma
auto-estima baixa é mais provável que desistamos ou façamos o que tem que ser
feito, sem dar de facto o melhor de nós. As pesquisas mostram que os indivíduos
com auto-estima alta persistem nas tarefas um tempo significativamente maior do
que os indivíduos com baixa auto-estima. Se perseverarmos, a probabilidade de
obter mais sucessos do que fracassos é maior. Se não perseverarmos, a
probabilidade de fracassar é muito maior do que sermos bem sucedidos.
Se
nós nos respeitamos, automaticamente estaremos exigindo o respeito dos outros,
pois emitimos sinais e nos comportamos de um modo que aumenta a probabilidade
que os outros ajam conosco adequadamente. Se nos desrespeitamos estaremos nos
acomodando frente à falta de cortesia, desrespeito, abuso e a exploração dos
outros, agindo como se isso fosse natural, inconscientemente é o que estaremos
transmitindo, e algumas pessoas irão nos tratar segundo a avaliação que fazemos
de nós mesmos. Quando isso acontece, acabamos por nos submeter e o nosso
auto-respeito deteriora ainda mais.
O valor da auto-estima não
está apenas no facto dela permitir que nos sintamos melhor, mas pode permitir
que vivamos melhor - respondendo aos desafios e às oportunidades de maneira
mais rica e mais apropriada.
Quanto
mais sólida for a nossa auto-estima, mais bem preparados estaremos para lidar
com os problemas que surgem na nossa vida pessoal e profissional; mais rápido
conseguiremos nos erguer depois de uma queda; mais energia teremos para
recomeçar.
Quanto mais alta for a
auto-estima, mais abertas, honestas e adequadas serão as nossas comunicações,
porque acreditamos que o que pensamos tem valor e portanto apreciamos, muito
mais do que tememos, a clareza. Quanto mais baixa for a nossa auto-estima,
provavelmente mais nebulosas, evasivas e impróprias serão as nossas
comunicações, devido à incerteza quanto aos nossos próprios pensamentos e
sentimentos e/ou devido à ansiedade diante da reacção do outro.
Quanto
mais elevada for a nossa auto-estima, mais estaremos dispostos a criar
relacionamentos que nos alimentem e não nos intoxiquem. O facto é que o
semelhante atrai o semelhante e o saudável é atraído pelo saudável. A
vitalidade e a expansividade nos outros naturalmente atrairão mais as pessoas
com boa auto-estima do que o vazio e a dependência. Indivíduos com elevada
auto-estima tendem a ser atraídos por indivíduos com elevada auto-estima. A
baixa auto-estima busca a baixa auto-estima nos outros - não de maneira
consciente, mas de uma forma involuntária, inconsciente.
Quanto
mais saudável for a nossa auto-estima, mais propensos seremos a tratar os
outros com respeito, benevolência, boa vontade e equanimidade - uma vez que não
tendemos a percebê-los como ameaça, e que o auto-respeito é a base do respeito
pelo outro. Enfim, a auto-estima elevada é a base para a felicidade pessoal.
Raízes
da auto-estima
Existem 6 práticas essenciais para se construir uma
auto-estima elevada, necessária para todas as pessoas:
- Viver conscientemente. Aqui se inclui o
respeito pelos factos; participar intensamente daquilo que fazemos
enquanto o fazemos (por exemplo, se o nosso cliente, supervisor,
funcionário, fornecedor ou colega está a falar conosco, ouvir atentamente
durante o encontro); buscar e estar totalmente aberto a qualquer
informação, conhecimento ou feedback que afirme os nossos
interesses, valores, metas e planos; e buscar compreender não apenas o mundo à nossa volta, mas também o
nosso mundo interior, para não agir inconscientemente em virtude da nossa
cegueira.
- Auto-aceitação. É a disposição para
admitir, experimentar e assumir a responsabilidade pelos nossos
pensamentos, sentimentos e acções, sem fugir, negar ou refutar, e sem se
repudiar, permitindo-nos avaliar os nossos conceitos, vivenciar as nossas
emoções e analisar as nossas acções sem necessariamente apreciá-las,
aprová-las ou justificá-las. A aceitação do Eu como ele é evitará que nos
comportemos como se estivéssemos sendo julgados; desse modo, não estaremos
sempre na defensiva e conseguiremos ouvir críticas ou ideias diferentes
sem nos tornarmos hostis ou competitivos.
- Senso de responsabilidade. O senso de responsabilidade consiste em perceber que somos os
autores das nossas escolhas e acções; que cada um de nós é responsável
pela própria vida, pelo próprio bem-estar e pela realização das nossas
metas; que, se precisarmos da cooperação de outras pessoas para atingir os
nossos objectivos, devemos oferecer um valor em troca; e que a pergunta não
é "de quem é a culpa ?", mas sempre "o que se deve fazer
?"
- Auto-afirmação. Afirmar a si mesmo significa ser
autêntico nas relações interpessoais; respeitar os próprios valores e as
outras pessoas em contextos sociais; recusar-se a camuflar a realidade de
quem somos ou do que gostamos para evitar a desaprovação do outro; é estar
disposto a defender a si mesmo e as suas ideias da maneira apropriada e em
circunstâncias apropriadas.
- Viver objetivamente. Consiste em estabelecer os nossos
objetivos ou planos de curto e longo prazo e as providências necessárias
para concretizá-los, organizar o comportamento em função desses objetivos,
monitorizar as acções para garantir que se está no caminho certo e prestar
atenção ao resultado para saber se precisaremos voltar à estaca zero e
quando teremos de fazê-lo.
- Integridade pessoal. É como viver coerentemente com os nossos
conhecimentos, palavras e actos; é dizer a verdade, honrar os nossos
compromissos e servir de exemplo dos valores que declaramos admirar; é
tratar os outros de maneira justa e benevolente. Quando traímos os
nossos valores, traímos as nossas próprias mentes e a auto-estima é
inevitavelmente prejudicada.
Fontes
interiores de auto-estima
A auto-estima saudável está
intimamente relacionada com racionalismo, realismo, intuição, criatividade,
independência, flexibilidade, capacidade de enfrentar os desafios,
disponibilidade para admitir (e corrigir) erros, benevolência e cooperação. Se
entendermos de facto o que é a auto-estima, a lógica dessas correlações torna-se
bastante clara.
- Racionalismo - Está relacionado com funcionamento do
lado esquerdo do cérebro, o exercício da razão. É o exercício da função
integradora da consciência que leva a pessoa a agir com bom-senso. O
indivíduo racionalista busca respeitar os factos. O seu guia é a lei da
não-contradição - nada pode ser verdadeiro e não-verdadeiro (A e não A),
ao mesmo tempo e relacionado com a mesma coisa. A pessoa que exerce esta habilidade busca sempre a verdade dos
factos, reflectindo sobre os mesmos, de modo a não cair em contradição,
respeitando a integridade das coisas, mesmo que ela tenha que mudar de
opinião se for comprovado que a verdade é diferente do que ela pensava
antes. Está relacionado com o realismo.
- Realismo - Neste contexto, o termo significa
simplesmente o respeito pelos factos, o reconhecimento de que o que é é, e
o que não é não é. Ninguém se pode
se sentir competente para lidar com os desafios da vida se não levar a
sério a distinção entre o real e o irreal; ignorar essa distinção é bastante
prejudicial. A auto-estima elevada é intrinsecamente orientada pela
realidade. Nos testes, indivíduos com baixa auto-estima tendem a
subestimar ou superestimar as suas capacidades; indivíduos com auto-estima
elevada tendem a avaliar as suas capacidades de maneira realista. Este mecanismo de subestimar ou
superestimar a própria capacidade tem a ver com os mecanismos psicológicos
chamados de complexos de inferioridade e de superioridade, que, na
realidade, são extremos de um mesmo processo. O indivíduo tenta, muitas
vezes, fugir da baixa auto-estima (inferioridade) superestimando a sua
capacidade, através de uma falsa auto-estima (superioridade).
Quando a pessoa prima por uma auto-estima elevada faz uma análise realista
de si mesma sem se subestimar ou superestimar.
- Intuição - Está relacionada com o lado direito do
cérebro, com o uso adequado das emoções. Com muita frequência - em
especial, por exemplo, ao tomar
decisões complexas, o número de variáveis que precisam de ser processadas
e integradas é muito maior do que a mente consciente pode abarcar.
Integrações complexas e super-rápidas podem ocorrer abaixo do limiar da
percepção consciente e apresentar-se como "intuições". A mente
pode, então, rastrear dados para sustentar as evidências ou se contrapor a
elas. Homens e mulheres, cujo contexto é em geral altamente
consciente e experiente, valem-se confiantes dessas integrações
subconscientes, pois o grande número das suas vitórias ensinou-lhes que,
fazendo isso, na maioria das vezes acertam mais do que erram. Como essa
função intuitiva com frequência permite que dêem saltos inesperados que o
pensamento comum só efectua bem mais devagar, vivenciam a intuição como o
ponto central dos seus processos; executivos de alto nível às vezes
creditam a intuição a muitas das suas realizações. A mente que aprendeu a confiar em si mesma tem mais probabilidade de
confiar nesse processo (e de empregá-lo com eficácia, testando-o de
maneira condizente com a realidade) do que aquela que não aprendeu.
Isso é igualmente válido no mundo dos negócios, dos desportos, das
ciências e das artes - nas actividades humanas mais complexas. A intuição
é um importante factor de auto-estima apenas na medida em que expressa um
alta sensibilidade aos sinais interiores e uma apropriada consideração
pelos mesmos. Está relacionada com a criatividade.
- Criatividade - Pessoas
criativas ouvem os seus sinais interiores, as suas intuições, e confiam
neles mais do que a média. Têm a mente menos subserviente ao sistema de
crenças dos outros, pelo menos no que diz respeito à sua área de
criatividade. São mais auto-suficientes. Podem aprender com os
outros ou inspirar-se neles. Mas valorizam os próprios pensamentos e as
próprias percepções mais que a média das pessoas. Alguns estudos revelam
que as pessoas criativas têm muito mais probabilidade de anotar ideias
interessantes; passam o tempo alimentando-as e cultivando-as; investem
energia na exploração das mesmas. Valorizam a sua produção mental. As
pessoas com baixa auto-estima tendem a desconsiderar o que sua mente
produz. Isso não significa que nunca tenham boas ideias. Mas não as
valorizam, não as consideram potencialmente importantes, e em geral nem
sequer se lembram delas por muito tempo - é raro as concretizarem. Na
verdade, têm a seguinte atitude: "Se a ideia é minha, como pode ser
boa ?".
- Independência - A prática de pensar por si mesmo é um
corolário natural, tanto causa como consequência, da auto-estima saudável.
Também o é a prática de assumir toda a responsabilidade pela própria
existência - pela consecução dos seus objectivos e pela conquista da
felicidade.
- Flexibilidade - Ser
flexível é ser capaz de reagir às mudanças sem apegos inadequados ao
passado. O apego ao passado diante de circunstâncias novas e mutáveis é,
em si, produto da insegurança, da falta de auto-confiança. A rigidez é, em
geral, a reacção da pessoa que não confia em si mesma para lidar com o
novo, ou dominar o desconhecido - ou que apenas se tornou complacente ou
até mesmo relapsa. A flexibilidade, em contraste, é a consequência natural
da auto-estima. A pessoa que confia em si mesma é capaz de reagir com
rapidez ao novo porque é capaz de para olhar em frente.
- Capacidade para enfrentar mudanças - É uma consequência da flexibilidade. A
pessoa com uma boa auto-estima não considera a mudança algo assustador,
pelas razões descritas no parágrafo anterior. A auto-estima flui com a
realidade; a indecisão íntima luta contra ela. A auto-estima acelera o
tempo de reacção; a indecisão íntima retarda-o.
- Disponibilidade para admitir (e corrigir) erros - Uma característica básica da auto-estima
saudável é uma forte orientação pela realidade. Os factos são prioritários
em relação às crenças. A verdade tem muito mais valor do que estar certo.
A consciência é percebida como mais desejável do que a auto-protecção
inconsciente. Se a autoconfiança estiver vinculada ao respeito pela
realidade, corrigir um erro será mais valorizado do que fingir que ele não
foi cometido. A pessoa com auto-estima saudável não se envergonha de
dizer, quando a ocasião exige, "Eu estava errado". Negações e
uma postura defensiva são características da insegurança, da culpa, do
sentimento de inadequação e da vergonha. É a baixa auto-estima que vive a
simples admissão de um erro como humilhação e até mesmo como
auto-condenação.
- Benevolência e recuperação - Estudiosos do
desenvolvimento infantil sabem que uma criança tratada com respeito tende
a interiorizar esse respeito e depois a tratar os outros da mesma maneira
- em contraste com uma criança que sofreu abusos, interiorizou o desrespeito
por si mesma e cresceu reagindo aos outros com medo e ódio. Se estou
centrado em mim mesmo, se estou seguro de meus limites, confiante no meu
direito de dizer "sim" e "não" quando quero, a
benevolência será a consequência natural. Não tenho por que ter medo dos
outros, nem preciso de me proteger atrás das muralhas da hostilidade. Se
estou seguro do meu direito de existir, se confio que pertenço a mim
mesmo, se não me sinto ameaçado pela certeza e pela auto-confiança dos
outros, então a cooperação com eles para obtermos resultados comuns
tenderá a ser desenvolvida com espontaneidade. Condutas como essas atendem
claramente aos meus interesses, satisfazem uma variedade de necessidades e
não são obstruídas pelo medo, ou pela auto-desconfiança. É muito mais provável encontrarmos
empatia e compaixão, tanto quanto benevolência e cooperação, em pessoas
com auto-estima elevada do que nas de baixa auto-estima; o meu
relacionamento com os outros tende a espelhar e reflectir meu
relacionamento comigo mesmo. Ao comentar a máxima "ama ao teu próximo
como a ti mesmo", o filósofo Eric Hoffer observa que o
problema é que as pessoas fazem exactamente o contrário disso: elas odeiam
os outros como odeiam a si mesmas. Os criminosos deste
mundo, no sentido literal e figurado, são pessoas que não conseguem manter
um relacionamento íntimo e afectivo com o seu Eu interior.
A LINGUAGEM CORPORAL E OS COMPORTAMENTOS ASSERTIVO,
AGRESSIVO E PASSIVO
ESCUTA
ACTIVA
"Para fazer-se ouvir às vezes é necessário
calar a boca"
Stanislaw Lec
Ouvir e
escutar
Ouvir requer alguma actividade, mas escutar e escutar com assertividade requerem muito mais. Os seres
humanos enriqueceram de tal maneira os seus códigos e instrumentos de
comunicação que compreender mensagens transformou-se numa arte complexa, de
aprendizagem porfiada e mobilizadora de muita energia.
Felizmente temos energia disponível para aplicar,
se quisermos, na escuta activa dos nossos semelhantes. Efectivamente falamos a
150/160 palavras por minuto mas pensamos a 650/700 palavras por minuto. A
capacidade de recepção é, por conseguinte, cerca de quatro vezes superior à
capacidade de emissão.
Escutar, como se sabe, implica, além de recepção física
dos sons, descodificação da mensagem. É essa actividade específica da escuta
que explica que se qualifique com o adjectivo "activa".
Aplica-se à escuta a mesma tipologia de
comportamentos que se aplica à fala, isto é, há, além de escuta assertiva, escuta
passiva, manipuladora e agressiva.
"Vai ver que amanhã as coisas não são tão
pretas como você as vê hoje" pode corresponder a uma intenção de ajudar
mas não deixa de ser manipulatório.
"Não estou a conhecê-lo. Tem geralmente uma abordagem tão objectiva dos
problemas!" é escuta agressiva.
"Diz, diz, que eu sou todo ouvidos" geralmente significa que estamos
apenas a ouvir e não a escutar, utilizando escuta
passiva, por conseguinte.
A escuta
activa orienta-se pela preocupação
de compreender o que está a ser dito e utiliza técnicas que visam colocar o
ouvinte no mesmo comprimento de onda do emissor quer dar pontos de referência
ao emissor para ele saber de que modo a sua mensagem está a ser captada.
Sintonizar com o emissor não significa, porém,
simpatizar com ele ou concordar com o que está a dizer. Significa tão só criar
condições para que as mensagens possam passar sem obstáculos e com fluidez de
um lado para o outro.
O receptor
deve informar o emissor de como está a receber a mensagem, mas sem a
interpretar ou avaliar. Deve apenas reflecti-la com o mínimo de distorção que
lhe for possível.
A arte de escutar
assenta em subtilezas. É subtil a diferença entre compreender e interpretar,
entre simpatizar e empatizar, entre oportunidade e inoportunidade de fazer
perguntas ou paráfrases, que são os instrumentos de feedback do emissor.
Talvez por isso seja tão raro encontrar pessoas que
escutem adequadamente. Carl Rogers estudou a comunicação face a face e
concluiu que as respostas menos frequentes são as de feedback. Avalia-se, interpreta-se, toma-se partido dificultando, assim, a comunicação.
Pode ser por inépcia mas há outras razões para
explicar tais atropelos, até a insegurança
do receptor. Certos receptores, efectivamente, evitam a
desestabilização pessoal interrompendo
ou calando os emissores.
Parece óbvio mas cremos que tem algum interesse
chamar a atenção para a importância da comunicação não verbal no acto de escuta.
Quem escuta recorre naturalmente aos gestos porque está limitado à utilização
de monossílabos ou de frases curtas: o jogo
do olhar e da fisionomia, a postura, o menear a cabeça, o sorriso.
A força empática do sorriso levou Victor Bruge a
caracterizá-lo, justamente, como "a
mais curta distância entre duas pessoas".
Como
escutar com assertividade
Resume-se a dois comportamentos essenciais: empatizar verbalmente e fisicamente e
ajudar ao esclarecimento sobretudo de sentimentos e de factos ou opiniões.
Pontuar a
audição com expressões verbais de empatia
- Uh, Uh...
- Sim
- Concerteza
– Continue
- Ah sim...
Utilizar
expressões físicas de empatia
- Sorrir
- Acenar com a cabeça
- Jogo fisionómico de acompanhamento
- Olhar de frente sem fixação intensiva
- Postura semelhante à de quem fala
Parafrasear
o que está a ser dito
- Quer dizer então que...
- Se compreendi bem, trata-se de...
- Sente que...
Utilizar
perguntas abertas
Perguntas que comecem por: Qual, quando, onde,
como, de que modo, que pensa de, qual a sua opinião sobre...
Às perguntas fechadas responde-se com sim ou não e
por isso são pouco esclarecedoras.
As perguntas abertas destinam-se a esclarecer algo,
especialmente no domínio factual ou opinativo.
A empatia tem aplicação generalizada. Outro tanto
não sucede com o esclarecimento, quer dos sentimentos quer dos factos ou
opiniões, através de paráfrases e de perguntas abertas.
Umas e outras devem utilizar-se com parcimónia e
quando quem escuta necessitar realmente de esclarecimento. Isto, em situações
da vida corrente.
O juiz, no tribunal, ou o vendedor, no diálogo de
vendas, terão necessariamente de ser mais investigadores.
AS 14 REGRAS PARA BEM OUVIR
MOTIVAR-SE
Se Você não se motivar para Ouvir, para fazer esse
esforço, nunca conseguirá
OLHAR
Manter o olhar no interlocutor ajuda a concentrar a
atenção, reduz as distracções e encoraja o interlocutor.
MOSTRAR
INTERESSE
Sons, gestos e expressões de atenção.
EVITAR DISTRACÇÕES
Não olhe para o relógio, não mexa em papéis, não brinque com a caneta. O seu interlocutor perceberá que Você está aborrecido ou desinteressado e por seu lado, Você está totalmente atento e pode perder pontos importantes da mensagem.
EMPATIA
Tente compreeender o ponto de vista do outro, colocando-se na sua pele.
Tente compreeender o ponto de vista do outro, colocando-se na sua pele.
CAPTAR
A TOTALIDADE
Esteja atento a sentimentos e emoções, bem como aos
factos.
Não se cinja a factos.
FAZER
PERGUNTAS
Clarifique as situações. Teste a sua compreensão.
FAZER
SINAIS DE PERCEPÇÃO
É uma boa forma de testar a sua compreensão e de
demonstrar a
sua atenção.
sua atenção.
NÃO INTERROMPER
Não procure responder antes do seu interlocutor acabar.
Não procure responder antes do seu interlocutor acabar.
INTEGRAR
Enquanto ouve, procure integrar o que está a ser
dito. Faça como um puzzle. Vá juntando as unidades de informação até conseguir
completá-lo. Para preencher os espaços vazios, faça perguntas.
NÃO
FALAR DEMAIS
Apesar de falar pode ser melhor Ouvir, é impossivel
falar e ouvir ao mesmo tempo. O Bom Ouvinte reconhece esse facto e fala pouco.
ATENÇÃO
AOS PRECONCEITOS
Esteja atento à credibilidade, aparência,
vocabulário e gestos, mas não permita que isso o distraía. Evite conclusões
precipitadas, por exemplo: "racista, conservador, comunista,
maricas", etc. Essas conclusões podem prejudicar a percepção da mensagem.
FAZER
TRANSIÇÕES SUAVES
Os bons Ouvintes habituam-se a transitar suavémente
entre as posições de Ouvinte, de Emissor e de volta a Ouvinte. Isto significa
concentração naquilo que o seu interlocutor lhe está a transmitir.
SER
NATURAL
Seja natural e autêntico. Seja Moderado. Se
exagerar na sua atitude de Ouvinte, perderá Credebilidade.
A ARTE DE
FAZER PERGUNTAS
Para uma boa pergunta,
uma boa resposta. Para tirar
benefícios das perguntas, terá que ter em atenção quais os princípios a ter em
conta:
- Começar com perguntas que visem tópicos
genéricos.
- Manter as perguntas simples e construir as
mesmas de forma a obter uma resposta fácil.
- Não fazer perguntas que conduzam a um não.
- Manter as perguntas com uma determinada
sequência de acordo com o objectivo e apresentar uma ideia de cada vez.
Perguntar de modo a que ocliente tome "racionalmente" as
decisões.
- Construir as perguntas de forma a obter uma
resposta fácil.
- Utilizar palavras positivas na formulação das questões.
- Quando for necessário colocar perguntas mais
delicadas explicar a importância da resposta.
- Não utilizar calão popular ou técnico na formulação
das questões.
- Dar tempo ao cliente para responder, não
forçar as respostas. As perguntas não devem ser feitas como se fosse um
inquérito policial.
- Fazer perguntas que lhe permitam isolar as
objecções e respostas com perguntas.
TIPO DE
PERGUNTAS/VANTAGENS
Tipo de
perguntas
|
Vantagens
|
Exemplo
|
Perguntas de Descoberta
|
Possibilitam o conhecimento dos interesses,
necessidades e desejos do cliente.
|
«Deseja um carro com duas ou cinco portas? *
|
Perguntas de Condução
|
Levam o cliente a afirmar a sua convicção naquilo
que pretende ou possa vir a pretender.
|
«O senhor pensa que virá a utilizar este
automóvel apenas para serviço da sua empresa ou também para uso próprio?
|
Perguntas Abertas
|
Permitem uma
maior abertura diálogo; são simples de responder são utilizadas para obter
feed-back.
|
«Fala-se muito do crescimento da informática nas
empresas. O senhor acha que vai ter uma forte influência sobre o mercado de
máquinas de escrever tradicionais? Gostaria de conhecer o seu ponto de vista
a esse respeito.
|
Perguntas Fechadas
(sim/não)
|
· Obriga a uma resposta e permite a abertura do
diálogo.
· O sim prende o nosso cliente. Ele não poderá
voltar atrás a seguir.
· Mostra ao
cliente hesitante que o que lhe está a ser proposto é mesmo o que ele
procura.
|
«Tem encontrado com frequência, entre os seus
clientes, pessoas que vêm consulta-lo porque querem emagrecer sem terem que
fazer um regime sério?
«O senhor disse agora mesmo que a primeira
qualidade desta máquina deveria ser o manuseamento?».
«Vamos resumir. Considerando a falta de espaço, o
senhor é obrigado a aumentar a área de armazenamento. É isso?».
Sim
«A solução com prateleiras de madeira não pode
ser considerada pois viria a entulhar a área. Concorda?»
Sim. Sim!
«Resta-nos a solução de utilizar metal. O senhor
mesmo notou a leveza e facilidade de montagem desse modelo é portanto o
melhor modelo que lhe convém, não é?»
Sim!
|
TIPO DE PERGUNTAS/VANTAGENS
Os negociadores devem saber como e quando fazer
perguntas e utilizá-las para controlar a direcção e o ritmo de uma negociação.
Seria completamente impossível referenciar aqui todo o tipo de perguntas que se
podem fazer mas, mais do que as enumerar, pretendo transmitir uma ideia do que
se pode fazer com elas e quais os resultados práticos a que se pode chegar
quando dominamos a técnica das perguntas.
Assim, as perguntas:
1. obtêm respostas e informações
2. persuadem
3. evitam o conflito
4. ajudam a controlar
5. revelam necessidades
6. esclarecem mal-entendidos
7. testam suposições
8. sistematizam
1.AS
PERGUNTAS OBTÊM RESPOSTAS E INFORMAÇÕES
Leon Tolstói escreveu algures que, "não
existem respostas certas, somente perguntas boas ou más".
Estou plenamente de acordo com ele. A forma como
perguntamos, o momento da pergunta ou o que perguntamos, determina a resposta
e, portanto, se ela não é o que esperávamos, então é porque muito provavelmente
não foi bem formulada.
Na maioria dos casos gostamos de responder a
perguntas. Grande parte da nossa educação escolar consiste em responder a
perguntas. Sentimos a necessidade urgente de dar uma resposta sob pena de
sermos repreendidos como o éramos na escola quando não respondíamos prontamente
ao que nos perguntavam.
Fazer perguntas, leva a respostas, fornece
informações.
A utilização mais frequente das perguntas tem como
objectivo a obtenção de informações. Antes de efectuar a sua oferta, é
necessário que consiga o máximo de informações possível e a melhor forma de as
obter é através das perguntas. Ao obtermos informações fornecidas
espontaneamente pelo nosso oponente estamos a diagnosticar necessidades e a
aumentar as nossas alternativas. Por outro lado, estas informações ajudam a
confirmar o relacionamento de interesses que havíamos considerado durante a
preparação. Se o nosso plano estratégico de negociação foi elaborado com base
numa série de relacionamentos de interesses, não faz nenhum sentido que se
passe à execução sem que previamente possamos confirmar os nossos pressupostos.
2.AS PERGUNTAS PERSUADEM
Falar muito não é a melhor forma de persuadir.
Persuadimos quando fazemos perguntas. Usamos as perguntas para colocar ideias
na mente do nosso oponente, fazendo com que ele as interiorize como ideias
suas, como se fossem de sua autoria.
A maioria das pessoas tende a persuadir os outros a
respeito das nossas convicções, apresentando as suas razões. Mas se
reflectirmos um pouco, vemos que normalmente somos muito resistentes às razões
dos outros, principalmente num processo negocial em que a resistência e os
receios são acentuados.
3.AS PERGUNTAS EVITAM O CONFLITO
Como a negociação é um meio de resolver as nossas
diferenças, o conflito está sempre patente. As perguntas ajudam a manter
abertas as vias de comunicação. Esclarecem eventuais pontos de conflito,
clarificando as questões em causa e ajudam ainda a detectar o valor de
credibilidade das respostas do nosso oponente e a sua vontade em encontrar uma
plataforma negocial vantajosa para ambas as partes. Sempre que algum ponto
parece menos esclarecido, a pergunta
evita que tomemos como certa a ideia que temos desse ponto. Na negociação, não
existe nada pior do que estabelecer estratégias em cima de falsos pressupostos.
Normalmente, leva ao fracasso.
4.AS PERGUNTAS AJUDAM A CONTROLAR
As perguntas permitem que
controle o conteúdo, o tom, o ritmo e a direcção da negociação. É extremamente
importante podermos controlar o que queremos discutir ou evitar que determinado
assunto seja discutido, pelo menos naquele momento.
As perguntas podem ainda
estabelecer o estado de espírito e o tom de uma reunião, diminuir ou forçar o
ritmo de uma discussão.
Com a outra parte se
sente compelida a responder às nossas perguntas, nós controlamos a negociação.
5.AS PERGUNTAS REVELAM NECESSIDADES
Como vimos anteriormente,
o principal -propósito da confirmação é de exploração. É descobrir e
desenvolver necessidades. Por isso, utilize as perguntas para detectar se
existem:
·
problemas
·
dificuldades
·
preocupações
E leve o cliente a manifestar:
·
os seus desejos
·
as suas necessidades
·
as suas ambicões
Relacione os seus produtos com os desejos,
necessidades e ambições do cliente.
6.AS PERGUNTAS ESCLARECEM MAL-ENTENDIDOS
Utilize as perguntas para esclarecer pontos de
vista e posições.
A maioria das questões são quase sempre colocadas
de forma ambígua, algumas vezes até deliberadamente, com o intuito de esconder
ou dissimular este ou aquele aspecto importante para o oponente.
É imperioso que se obtenha mais informações e
esclarecimentos sobre pontos específicos, mas sem correr o risco de ser
demasiadamente agressivo. As perguntas de esclarecimento devem ajudar a
promover a harmonia:
·
Pode explicar este ponto novamente?
·
Pode especificar as suas preocupações a respeito de...?
·
Estou certo ao supor que a sua intenção é...?
·
Posso então pensar que...?
·
Se entendi bem, você precisa de... ?
7.AS PERGUNTAS TESTAM SUPOSIÇÕES
Verificar se as nossas suposições estão correctas
evita dissabores futuros.
Temos tendência a desenvolver mentalmente um
conjunto de suposições sobre o qual assentamos a nossa estratégia de
negociação. Se estas estiverem erradas corremos o risco de fracassar.
As perguntas permitem confirmar se as nossas
suposições estão correctas.
8.AS PERGUNTAS SISTEMATIZAM
As perguntas fazem mais do que forçarem-nos a
ouvir. Como nos envolvem, estimulam-nos a usar os nossos processos de
pensamento de uma forma mais construtiva. As perguntas e as respostas que
obtemos ajudam a sistematizar os nossos pensamentos e a sintetizar os
pensamentos do oponente. A comunicação torna-se mais fácil e mais produtiva se
pensarmos em conjunto.
Por outro lado, se conseguimos estabelecer um clima
de concordância, o nosso crédito junto do oponente aumenta e a negociação
torna-se mais fluida. Este clima ajuda ainda a confirmar ou recusar as suas
suposições iniciais e a flexibilizar a sua estratégia negocial.
.
O QUE NÃO FAZER NAS APRESENTAÇÕES EM PÚBLICO
Pense rapidamente: nestes dois últimos anos quais
foram os erros cometidos por consultores/comunicadores em aulas, palestras,
reuniões e programas de TV, que mais o aborreceram? Que pecados foram esses que
se tornaram uma barreira às informações veiculadas?
Como se sentiu sendo testemunha de deslizes que,
muitas vezes, significaram o comprometimento da qualidade do trabalho ali
exposto?
Organizamos uma lista de muitas muletas verbais e
não verbais, que costumam destruir as apresentações em público, enfraquecendo o
poder da mensagem e impedindo uma sintonia eficaz com a plateia.
A ideia é que leia o texto, assinalando aqueles
erros que mais se encaixam na sua actuação no papel de comunicador
Comunicação
Verbal
Evitar:
- Falar muito baixo ou muito alto;
- Pronunciar mal as palavras;
- Falar muito depressa ou muito devagar
- Não pronunciar correctamente os termos estrangeiros;
- Utilizar vícios de linguagem: tá?, Né?, OK?, Certo?, Entendeu? Percebe? É isso aí!, - Tipo assim..., a gente ...., acho que....,
- Falar de forma robotizada;
- Cometer erros gramaticais;
- Comer os "esses" e "erres";
- Falar de forma estridente;
- Pronunciar as palavras atropeladamente;
- Falar em tom monocórdico;
- Ser monossilábico;
- Coordenar as ideias de forma inadequada;
- Exprimir-se sem objectividade e clareza;
- Fazer uso de termos técnicos para público leigo;
- Não considerar o momento, local e meio mais oportuno para transmitir a mensagem;
- Respirar mal;
- Utilizar argumentos inconsistentes;
- Perder-se no exagero de detalhes;
- Diminuir o volume da voz nos finais das frases;
- Não utilizar bem a pontuação;
- Não enfatizar as ideias principais;
- Abusar do excesso de citações;
- Usar vocabulário inadequado;
- Organizar mal a apresentação;
- Estruturar mal as ideias.
- Falar muito baixo ou muito alto;
- Pronunciar mal as palavras;
- Falar muito depressa ou muito devagar
- Não pronunciar correctamente os termos estrangeiros;
- Utilizar vícios de linguagem: tá?, Né?, OK?, Certo?, Entendeu? Percebe? É isso aí!, - Tipo assim..., a gente ...., acho que....,
- Falar de forma robotizada;
- Cometer erros gramaticais;
- Comer os "esses" e "erres";
- Falar de forma estridente;
- Pronunciar as palavras atropeladamente;
- Falar em tom monocórdico;
- Ser monossilábico;
- Coordenar as ideias de forma inadequada;
- Exprimir-se sem objectividade e clareza;
- Fazer uso de termos técnicos para público leigo;
- Não considerar o momento, local e meio mais oportuno para transmitir a mensagem;
- Respirar mal;
- Utilizar argumentos inconsistentes;
- Perder-se no exagero de detalhes;
- Diminuir o volume da voz nos finais das frases;
- Não utilizar bem a pontuação;
- Não enfatizar as ideias principais;
- Abusar do excesso de citações;
- Usar vocabulário inadequado;
- Organizar mal a apresentação;
- Estruturar mal as ideias.
Achou
a lista muito extensa? Vamos entrar para a Segunda parte...
Comunicação Não - Verbal
Evitar:
- Usar gestos que transmitam nervosismo e inibição;
- Mexer na gravata;
- Brincar com chaveiros e canetas;
- Ajeitar os cabelos e os óculos;
- Coçar as orelhas, cabeça, nariz, etc;
- Bocejar;
- Descansar o corpo, deixando-o pender para o lado direito ou esquerdo.
- Olhar todo o tempo para os sapatos;
- Olhar através das pessoas;
- Colocar-se como uma estátua;
- Movimentar as mãos em excesso;
- Mastigar qualquer tipo de alimento
- Mascar chicletes ou comer rebuçados;
- Roer as unhas;
- Deixar os braços cruzados;
- Colocar as mãos para trás;
- Ficar de costas para a plateia;
- Torcer as mãos demonstrando ansiedade;
- Curvar o corpo para a frente ou para trás desnecessariamente;
- Andar sem motivo;
- Balançar o corpo de um lado para outro;
- Olhar só para uma pessoa da plateia;
- Deixar o corpo torto;
- Colocar as mãos nos bolsos e não tirá-las mais;
- Olhar para o vazio;
- Adoptar a posição de chávena, as duas mãos agarradas à cintura;
- Apoiar-se nos móveis do cenário;
- Assoar o nariz
- Utilizar gestos teatrais fora de tempo;
- Olhar para o chão ou para o tecto;
- Olhar várias vezes para o relógio demonstrando pressa;
- Utilizar inadequadamente os recursos audiovisuais;
- Fazer do ponteiro ou da caneta lazer armas contra a público;
- Esconder-se atrás dos recursos audiovisuais;
- Ficar com olhar assustado ou expressão de tédio;
- Falar palavrões e gírias;
- Perder a interacção visual com o público.
- Usar gestos que transmitam nervosismo e inibição;
- Mexer na gravata;
- Brincar com chaveiros e canetas;
- Ajeitar os cabelos e os óculos;
- Coçar as orelhas, cabeça, nariz, etc;
- Bocejar;
- Descansar o corpo, deixando-o pender para o lado direito ou esquerdo.
- Olhar todo o tempo para os sapatos;
- Olhar através das pessoas;
- Colocar-se como uma estátua;
- Movimentar as mãos em excesso;
- Mastigar qualquer tipo de alimento
- Mascar chicletes ou comer rebuçados;
- Roer as unhas;
- Deixar os braços cruzados;
- Colocar as mãos para trás;
- Ficar de costas para a plateia;
- Torcer as mãos demonstrando ansiedade;
- Curvar o corpo para a frente ou para trás desnecessariamente;
- Andar sem motivo;
- Balançar o corpo de um lado para outro;
- Olhar só para uma pessoa da plateia;
- Deixar o corpo torto;
- Colocar as mãos nos bolsos e não tirá-las mais;
- Olhar para o vazio;
- Adoptar a posição de chávena, as duas mãos agarradas à cintura;
- Apoiar-se nos móveis do cenário;
- Assoar o nariz
- Utilizar gestos teatrais fora de tempo;
- Olhar para o chão ou para o tecto;
- Olhar várias vezes para o relógio demonstrando pressa;
- Utilizar inadequadamente os recursos audiovisuais;
- Fazer do ponteiro ou da caneta lazer armas contra a público;
- Esconder-se atrás dos recursos audiovisuais;
- Ficar com olhar assustado ou expressão de tédio;
- Falar palavrões e gírias;
- Perder a interacção visual com o público.
Comunicação
Interpessoal
Evitar:
- Demonstrar egocentrismo exagerado;
- Utilizar a comunicação como forma de poder;
- Mostrar-se arrogante e prepotente;
- Demonstrar subserviência;
- Manipular a plateia;
- Não prestar atenção às perguntas da plateia;
- Não utilizar empatia;
- Ser irónico e sarcástico;
- Não saber ouvir
- Revelar preconceitos;
- Apresentar-se sem estar preparado;
- Ignorar a etiqueta empresarial.
- Chegar atrasado;
- Demonstrar preferências pessoais;
- Ser incoerente quanto aos gestos, actos e palavras;
- Ser inflexível;
- Não saber administrar os conflitos interpessoais;
- Humilhar a plateia;
- Receber as perguntas da plateia como se fossem uma ofensa pessoal;
- Dizer que irá roubar o tempo dos espectadores
- Não saber administrar o tempo da exposição;
- Querer enganar a plateia, falando sobre o que não conhece;
- Ignorar a linguagem corporal dos espectadores.
- Demonstrar egocentrismo exagerado;
- Utilizar a comunicação como forma de poder;
- Mostrar-se arrogante e prepotente;
- Demonstrar subserviência;
- Manipular a plateia;
- Não prestar atenção às perguntas da plateia;
- Não utilizar empatia;
- Ser irónico e sarcástico;
- Não saber ouvir
- Revelar preconceitos;
- Apresentar-se sem estar preparado;
- Ignorar a etiqueta empresarial.
- Chegar atrasado;
- Demonstrar preferências pessoais;
- Ser incoerente quanto aos gestos, actos e palavras;
- Ser inflexível;
- Não saber administrar os conflitos interpessoais;
- Humilhar a plateia;
- Receber as perguntas da plateia como se fossem uma ofensa pessoal;
- Dizer que irá roubar o tempo dos espectadores
- Não saber administrar o tempo da exposição;
- Querer enganar a plateia, falando sobre o que não conhece;
- Ignorar a linguagem corporal dos espectadores.
E
agora, pensemos novamente: em que medida nós também estamos cometendo
diariamente esses mesmos erros e desacertos, que tantos criticamos nos outros?
Quais serão os nossos pequenos vícios e manias, que
roubam o interesse do espectador, anulando a possibilidade de uma comunicação
receptiva?
Seria primordial que nos propuséssemos a uma
análise criteriosa de nossas apresentações. Isso poderia representar um
instrumento importante para a construção de uma comunicação fluente, segura e
objetiva, sem tantas interferências, que prejudicam substancialmente a
interação com a platéia.
É preciso deixar emergir em cada um de nós a
humildade, para que essa avaliação possa nos dar um feedback dos pontos fortes
e vulneráveis de nossa atuação, permitindo-nos a correção de rotas.
O nosso público, com certeza, irá nos agradecer por
isso!
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